Recentemente,
uma propaganda na TV aberta, levantou uma questão em forma de pergunta, que me
fez pensar e abrir os olhos como uma lêmure quando pressente algo.Com belas
imagens em símbolos cotidianos, o anúncio tinha como mensagem central, a
pergunta: O que faz você feliz?
Com
um misto de raposa e símio, minha lêmure interna pulou dentro de mim, com outra
pergunta: Você sabe reconhecer quando está feliz? E subindo em outro galho
emocional, olhando de outra perspectiva, soltou o que eu já esperava: Para quê
essa necessidade de ser tão feliz?
.
A
busca desta felicidade instantânea, aludindo Melane Klein (1882-1960), nada
mais é aos meus grandes olhos, do que o bebê quando vê o peito da mãe e balança
as perninhas de felicidade por saciá-lo de sua fome. Logo estará com fome
novamente, e de novo esperará o que “está fora sacie que está dentro dele”. O
mundo feminino contemporâneo dificilmente sabe o que é ser feliz. Libertas a
pouco tempo das opressões, a herança ancestral permeia as memórias celulares. A
mulher aprendeu o que é felicidade,
através da rejeição da dor e do sofrimento. E não a partir de si mesma.
Sente-se feliz apenas por não ser agredida ou inferiorizada em sua vida. Aprendeu
a ser feliz apenas por não ser rejeitada pelo homem que ama. Mas, quem disse
que ela sabe realmente o que a faz feliz, a partir de um estado coerente de
ser?
.
Provas
eu não tenho. Porém deduções lógicas fazem minha pequena lêmure, pular de galho
em galho ampliando minha teia neural, a fim de pensar mais claramente. Iniciada
ao mundo feminino desde o meu nascimento, a sensibilidade e o estudo
desfizeram-me internamente o caminho mais óbvio. Não existe mulher feliz com
olhar infeliz. Quando olhos nos olhos de todas que me rodeiam, percebo a
infelicidade em cada gesto. O disfarce para este ato é a busca incessante de
coisas que a preencham. Quando na verdade sinto que; a mulher busca um campo
seguro para existir.
.
A
carência e a co-dependência feminina é uma doença silenciosa tão perigosa quanto
qualquer outra moléstia. A mulher carente corrompe-se, e acolhe qualquer coisa
que lhe conduza uma sensação. Esta sensação pode tranquilamente ser confundida
com felicidade. Como sei? A sensação
coerente de felicidade produz vida. Não o desejo de fazer de novo. Portanto se
você é depressiva, precisa comprar o tempo todo, tem pulsões por comida,
bebidas e sexo sem sentido? E o pior de tudo ( para mim é claro), fica refém de
um relacionamento a base de migalhas? Não precisa de uma lêmure “zoiuda” para
compreender de quê algo não está certo.
Quando
a clareza e o resgate limpo dos sentimentos, acomodam-se em seu interior o
verdadeiro olhar vêem a tona. O feminino tem como base a paz e a coerência em
seus atos. A rapidez, típica das mulheres que fazem tudo ao mesmo tempo, ganha
qualidade e critério.
Faça
um exercício simples, que neste momento lhe trará clareza sobre suas emoções. Una
o dedo indicador e o dedo médio da mão direita. Dê três batidinhas no centro de
seu peito, mais ou menos na altura da glândula timo, respire porque pode doer,
mesmo batendo devagar.Depois disso leve os dedos unidos ao centro sua sobrancelhas,e
faça a pergunta: O que realmente me faz feliz? Acolha e medite sobre o que
sentiu. Se preferir faça com o mantra que coloco logo abaixo.
.
Lembre-se de quem você é...
Livres
e brincalhonas, as lêmures pulam de galho em galho, permitindo que o rio da
vida as leve ao seu destino. Por vezes o encontro da felicidade está tão perto
e numa simplicidade tão absurda, que chegamos a ter vergonha, por não fazermos
parte da turma da propaganda.
Seja
você e seja feliz!
Palavra
de Regina
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